Por Jornal Nacional


“Brasil não será um porto seguro para criminosos”, diz Sérgio Moro

“Brasil não será um porto seguro para criminosos”, diz Sérgio Moro

Na cerimônia de transmissão de cargo na pasta da Justiça e Segurança Pública, o ministro Sérgio Moro disse que o desvio de dinheiro público atinge os mais vulneráveis e que o Brasil não será um porto seguro para criminosos.

Dois meses depois de decidir trocar a magistratura pela Esplanada dos Ministérios, Sérgio Moro assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ao lado dele, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, os antecessores de cada pasta Torquato Jardim e Raul Jungmann; e o presidente da OAB, Cláudio Lamachia.

Moro disse que o Brasil precisa de leis e instrumentos mais fortes para combater crimes: “Não se combate a corrupção somente com investigações e condenações criminais eficazes. Elas são relevantes pois não há combate eficaz à corrupção com impunidade e sem riscos de punição para os criminosos. Mas elas não são suficientes. São necessárias políticas mais gerais contra a corrupção. Leis que tornem o sistema de justiça mais eficaz e leis que diminuam incentivos e oportunidades contra a corrupção. Um juiz em Curitiba pouco pode fazer a respeito dessas políticas gerais, mas no governo federal a história pode ser diferente”.

Ele detalhou as medidas necessárias para o combate às facções criminosas nas prisões. “O remédio aqui é universal, embora nem sempre de fácil implementação. Prisão dos seus membros, isolamento carcerário das lideranças, identificação da estrutura e confisco de seus bens. Assim, se leva ao enfraquecimento e ao desmantelamento delas”, declarou.

Moro falou sobre a necessidade de fortalecer a cooperação internacional. “O Brasil não será um porto seguro para criminosos e jamais, novamente, negará cooperação a quem solicitar por motivos exclusivamente político partidários”, disse.

Em 2010, o então presidente Lula negou a extradição do italiano Cesare Battisti condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios. Em dezembro, o ex-presidente Michel Temer autorizou a extradição e desde então Battisti está foragido.

Moro anunciou que uma de suas prioridades é mandar ao Congresso, em fevereiro, um pacote de medidas para combater organizações criminosas: “Pretende-se deixar mais claro na lei, como já decidiu diversas vezes o plenário do Supremo Tribunal Federal, que, no processo criminal, a regra deve ser a da execução da condenação após o julgamento da segunda instância”.

O ministro terminou falando sobre os prejuízos causados pela da corrupção: “O brasileiro, seja qual for a sua renda - e lembremos que o desvio de recursos públicos atinge mais fortemente os mais vulneráveis e os mais dependentes dos serviços públicos, tem o direito de viver sem a sensação de que está sendo roubado ou enganado pelos seus representantes nas diversas esferas de poder. Tem o direito de que os recursos dos cofres públicos sejam destinados ao bem-estar geral e não ao enriquecimento ilícito dos poderosos”.

Moro levou investigadores da Lava Jato para cargos estratégicos. A equipe que tomou posse nesta quarta-feira (2) já trabalhou com ele na operação e até em investigações anteriores.

Entre eles, Mauricio Valeixo, que assumiu a Direção-Geral da Polícia Federal. E o auditor fiscal Roberto Leonel vai comandar o Coaf, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

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